sexta-feira, 5 de abril de 2013


À revelia


Bruno Trochmann costumava rir às minhas custas
pouco depois que nos conhecemos
(ele ainda deve).
Lembro-me de uma breve empatia dos primeiros encontros,
que se tornava escarnio à medida
em que eu me arremessava goela à fora.

Dois anos mais, Stalker.

Bruno sabe muito mais coisas que eu,
ou talvez Trochmann saiba disfarçar melhor.

Quatro anos, Solaris.

4 anos depois percorri goela à dentro,
e compreendi o rapaz que havia conhecido
obcecado por cachorros,
texugos de enciclopédias.

Em paz com seus desenhos contados
(ele os faz por musica).

Sempre entretido com o antiquário do mundo
havia se comprometido com o resgate.
Sua divida sana consigo.

Percorri coisa que ele guarda em segredo
comprei uma gravura sua esperando encontrar.
Mas Bruno mantém calada
Bruno sempre soube que talhe algum desvela o que quero.
Bruno sabe que o que quero não se cava.

Cinco anos depois o escarnio voltava para si.
De minha parte preciso aprender à rir de mim,
mas Bruno esta sempre um passo à frente.
E o meu milagre ainda é retorico.

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