À revelia
Bruno Trochmann
costumava rir às minhas custas
pouco depois que nos
conhecemos
(ele ainda deve).
Lembro-me de uma breve
empatia dos primeiros encontros,
que se tornava escarnio
à medida
em que eu me
arremessava goela à fora.
Dois anos mais,
Stalker.
Bruno sabe muito mais
coisas que eu,
ou talvez Trochmann
saiba disfarçar melhor.
Quatro anos, Solaris.
4 anos depois percorri
goela à dentro,
e compreendi o rapaz
que havia conhecido
obcecado por cachorros,
texugos de
enciclopédias.
Em paz com seus
desenhos contados
(ele os faz por
musica).
Sempre entretido com o
antiquário do mundo
havia se comprometido
com o resgate.
Sua divida sana
consigo.
Percorri coisa que ele
guarda em segredo
comprei uma gravura sua
esperando encontrar.
Mas Bruno mantém
calada
Bruno sempre soube que
talhe algum desvela o que quero.
Bruno sabe que o que
quero não se cava.
Cinco anos depois o
escarnio voltava para si.
De minha parte preciso
aprender à rir de mim,
mas Bruno esta sempre
um passo à frente.
E o meu milagre ainda é
retorico.
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