domingo, 7 de julho de 2013

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passo disso



O passado de cada dia nunca pertence ao passado
O passe é o infortúnio inevitável em que me movo

Olho para o passe enquanto o passo, e a légua maior pertence ao meu movimento.
incontável légua dentro de mim,
estrada amorfa marcada por minha pésada.

Os pés pesam sobre o piso
e o passo pensa sob mim
pouco peso sobre o piso.

Piso firme, pés estreitos
pista fria pelos pêlos,
pelo peito prenso chiam meus novelos

quando me recordo já me perdi de mim
desgarrei do osso
virei um passadiço inventado.

Passo disso: largo o Pedro,
alargo a palma.




Berlin, junho 2013, 05:50 a.m.

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